Como a suspeita dos pais pode ajudar no processo de diagnostico do autismo? Essa é a dúvida mais comum quando alguns comportamentos não habituais são detectados na primeira infância.
Identificar características do TEA (Transtorno do Espectro do Autismo) nos comportamentos infantis é fundamental para o entendimento da família a respeito do transtorno, além de trazer clareza e direcionamento para promover as melhores intervenções para trazer mais qualidade de vida à pessoa autista.
O TEA geralmente é identificado por especialistas quando a criança possui entre 1 e 3 anos. Porém, é possível que os próprios pais ou parentes próximos ao convívio com a criança sejam capazes de identificar os primeiros sinais a partir dos 8 meses de vida (dependendo do caso).
O diagnóstico precoce do autismo melhora o desenvolvimento geral da pessoa dentro do espectro, ajudando-a a ter mais qualidade de vida, independência e autonomia. Sendo assim, adquire mais habilidades sociais essenciais e a capacidade de um convívio melhor em diferentes ambientes.
A intervenção precoce e sua importância
Intervenção precoce é a estimulação terapêutica realizada por profissionais especializados, logo que os primeiros sinais do transtorno do espectro do autismo são identificados.
Dentre eles é importante destacar o Modelo Denver, desenvolvido após duas décadas de estudo e pesquisa, e que em 2012 foi considerado uma das maiores descobertas médicas pela revista Times.
Por meio da intervenção, as crianças de até 5 anos desenvolvem habilidades de comunicação, ganham competências sociais, aumentando o desenvolvimento cognitivo e habilidades motoras.
Quando iniciada logo nos primeiros anos de vida, a intervenção se torna mais eficiente, com maior probabilidade de ganhos no desenvolvimento e reduzindo as chances da manifestação de outros problemas.
O Modelo utiliza princípios da Análise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis), em que os pais e terapeutas utilizam atividades lúdicas e brincadeiras para reforçar os comportamentos positivos.
Os primeiros sinais do autismo
Todas as crianças devem ser monitoradas quanto aos primeiros sinais. Irmãos de crianças já diagnosticadas com autismo estão mais suscetíveis ao risco e devem receber atenção redobrada. Não há por parte de análises somente visuais como diagnosticar autismo, mas alguns sinais são comuns e devem receber atenção.
Embora exista uma variedade no espectro, alguns sinais comuns incluem:
- Repetição de ações contínuas
- Limitação de resposta somente ao próprio nome
- Respostas incomuns a ações cotidianas
- Dificuldade em lidar com mudanças
- Repetição de palavras ditas a eles
- Dificuldade de relacionamento social
- Dificuldade em receber ou fazer contato físico e visual
- Pouco entendimento sobre as próprias emoções
- Dificuldade de envolvimento em brincadeiras imaginativas.
É fundamental que os pais exponham suas preocupações aos médicos para o direcionamento mais adequado, pois os sinais na infância são geralmente evidentes até os 5 anos, fazendo com que pais e cuidadores conheçam os marcos de desenvolvimento e os sintomas mais comuns do TEA para identificá-los precocemente.
Os sinais de autismo na primeira infância
Aqui estão alguns exemplos que podem ajudar os pais a perceber alterações importantes no comportamento dos seus filhos nos primeiros meses de vida.
- Aos 12 meses: Com até um ano de idade, crianças autistas podem não responder ao ouvir seu nome, mesmo que repetido várias vezes, mas podem responder a outros sons.
- Aos 18 meses: Em muitos casos uma criança autistas não realiza nenhuma tentativa de compensação no atraso da fala, como por exemplo a utilização de expressões faciais. Nesta etapa, algumas crianças podem apresentar ecolalia maior que o esperado, repetindo frases e palavras que ouve, seja das pessoas ou da TV.
- Aos 24 meses: Crianças autistas, em sua maioria, não têm o costume de levar objetos aos pais na tentativa de interagir e, quando o fazem, geralmente não mantêm contato visual.
Os primeiros passos na convivência com o autismo
Para algumas pessoas, o diagnóstico precoce do autismo pode ser um baque no primeiro momento, um mar de incertezas e insegurança. É importante que este sentimento seja acolhido e processado para que a família se fortaleça nesta nova jornada.
Paciência é a base de tudo. Lembre-se de que pessoas autistas não compreendem todos os sinais sociais, mesmo que óbvios a você. Por isso, facilite a comunicação com frases curtas, utilize figuras, cores e formas como didática para facilitar a interação.
Demonstre interesse pelo universo da criança autista: interações relacionadas aos interesses criam aproximação e geram confiança, além, é claro, de ajudar no desenvolvimento da interação social.
Não se desespere quanto ao diagnóstico. Apesar de inesperado em um primeiro momento, é importante que você busque ajuda não só para a criança, mas para você também.
Amor é o melhor remédio. Não pense que a pessoa autista não tem sentimentos ou que não gosta de carinho. Aprenda como dar este carinho, pois cada um sente e reage do seu jeito.
Não perca a esperança e acredite sempre no potencial da criança autista. Elogie sempre que ela acertar algo, porque a criança vai se desenvolver melhor sabendo que está sendo reconhecida.
Como realizar o diagnóstico do autismo
O diagnóstico do autismo é um processo singular de cada paciente. Ainda que existam padrões de sintomas e comportamentos, é importante lembrar que o profissional adequado e a documentação correta ajudam muito. Isso se dá justamente pela ampla gama de sinais de TEA e a importância de identificar padrões.
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