A jovem ativista sueca foi indicada ao prêmio em 2019 e 2020 por sua luta contra o aquecimento global
Com apenas 17 anos de idade, Greta Thunberg e seu movimento “Sextas-Feiras para o Futuro” (“Fridays For Future”, no original em inglês) foi, pela segunda vez, indicada ao Prêmio Nobel da Paz. Protestando contra o aquecimento global, em favor da defesa do meio ambiente, a jovem militante autista tem como hiperfoco os problemas ecológicos do planeta. Em pouco tempo, o movimento da sueca tornou-se global e a mensagem chegou a inúmeros líderes importantes ao redor do mundo.
No documento da indicação, enviado por parlamentares da Suécia, a justificativa é de que o tema ganhou tanta importância e destaque em função da jovem e seu movimento: “Greta Thunberg é ativista climática e a principal razão pela qual merece o prêmio Nobel da Paz é que, apesar de sua juventude, não deixa de alertar os líderes da crise climática”, escrevem Jens Holm e Håkan Svenneling ao Comitê Nobel da Noruega. “Sextas-feiras para o Futuro é o movimento criado em torno de Greta Thunberg. Sem ele e Greta Thunberg, a questão climática não teria ganhado tanta importância”, explicaram os signatários da indicação.
Vale relembrar o início desta trajetória. Greta, com autismo leve — à época diagnosticada com Síndrome de Asperger —, iniciou um movimento de greves escolares às sextas-feiras. Sozinha, ela começou a ir em frente ao parlamento sueco, em agosto de 2018, com um cartaz escrito “Greve escolar pelo clima” — frase que se tornou o lema do movimento — e logo jovens preocupados com as mudanças climáticas sentiram-se representados por ela e a greve recebeu o engajamento de toda a Suécia. Em seguida, espalhou-se rapidamente para toda a Europa, para em pouco tempo tornar-se global.
Pandemia
Com a pandemia do novo coronavírus, a jovem autista doou um prêmio de US$ 100 mil (cerca de R$ 580 mil) que recebeu da fundação dinamarquesa Human Act para a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) para auxiliar na luta contra o coronavírus: “Assim como a crise climática, a pandemia de coronavírus é uma crise dos direitos das crianças”, afirmou ela, em um comunicado divulgado pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), no último dia 30 de abril.
Numa live no Instagram no início de abril, Greta destacou a importância da ciência neste momento: “O ensinamento é que temos e podemos agir nas crises. Essa pandemia é uma tragédia e está tirando vidas. Temos que fazer tudo o que é possível. Temos que espalhar a informação dos especialistas e agir com responsabilidade”. Greta estava em um apartamento emprestado, onde está morando sozinha temporariamente por ter apresentado sintomas de covid-19 e se isolou de sua família. “Estou com sintomas leves, mas não posso fazer o teste, porque aqui na Suécia só os casos emergenciais fazem o exame”, explicou ela.
Leia mais no nosso artigo do ano passado, sobre a primeira indicação de Greta ao Nobel (Indicada ao Nobel da Paz, autista luta contra mudanças climáticas) e quando ela foi capa da revista Time (Greta é escolhida personalidade do ano pela revista Time).