A alimentação é um assunto delicado para muitos pais de crianças autistas. Não apenas porque há o risco de deficiências nutricionais, mas também porque as refeições podem se tornar momentos de estresse. Para pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), a dificuldade na alimentação é comum, pois eles estão diretamente expostos a estímulos sensoriais.
Diversos especialistas afirma que “comer é uma das experiências mais sensoriais que você pode ter”. Crianças autistas podem ter comportamentos restritivos, seletivos e ritualísticos que afetam diretamente seus hábitos alimentares, resultando em desinteresse e recusa na alimentação.
Uma pesquisa realizada pela University of Massachusetts Medical School mostrou que as crianças com TEA têm mais recusa alimentar do que as crianças com desenvolvimento típico (41,7% vs. 18,9% dos alimentos oferecidos). Além disso, elas apresentam um repertório alimentar mais limitado (19,0% vs. 22,5% alimentos apresentados). A seletividade alimentar é influenciada por fatores como a sensibilidade sensorial, que é a reação exagerada a certas sensações táteis, resultando em aversão ou resposta comportamental negativa.
Textura e aparência
A sensibilidade sensorial pode ser um fator importante na seletividade alimentar em crianças autistas, afetando negativamente a textura, sabor, cheiro e temperatura dos alimentos. Uma pesquisa com pais de crianças no espectro mostrou que 67% dos filhos tinham seletividade alimentar, sendo a textura dos alimentos (69%) o fator mais relevante, seguido da aparência (58%), sabor (45%), cheiro (36%) e temperatura (22%). O maior problema identificado pelos pais foi a relutância em experimentar novos alimentos (69%).
Em resumo, a dificuldade na alimentação para pessoas autistas é influenciada por vários fatores, como sensibilidade sensorial e comportamentos restritivos e seletivos. Entender as dificuldades dessas pessoas é importante para melhorar sua qualidade de vida e sua saúde nutricional.