No comando central do nosso corpo, quem manda são os neurônios — responsáveis pelo funcionamento do cérebro. Eles enviam os recados para as demais células, o que faz com que a gente funcione como uma máquina. No caso de pessoas dentro do espectro autista, algumas engrenagens funcionam de forma diferente. As mensagens dos neurônios — as chamadas sinapses — não seguem o fluxo e o volume normal. Isso leva a alterações nas habilidades sociais e cognitivas.
Para estudar quais mecanismos podem estar alterados é possível utilizar as células-tronco. Quando isoladas e reprogramadas em laboratório, resultam em células semelhantes às embrionárias, capazes de dar origem a qualquer tipo celular, como neurônios, células cardíacas, da pele, do fígado, rim.
Com essa descoberta, hoje é possível entender melhor o funcionamento das células.
Ainda utilizando essa estratégia, é possível criar mini-cérebros, que são uma espécie de “maquete” do cérebro do paciente produzida em laboratório. Apesar de não mimetizar o órgão por inteiro, neles, os cientistas podem testar medicamentos para saber o que exatamente vai funcionar — já que cada autista é visto como único, pois apresentam características genéticas distintas e mutações diferentes.
Com a observação desses neurônios em laboratório, aumentam as possibilidades de acompanhar e testar medicamentos que auxiliem os neurônios alterados a se aproximarem do funcionamento normal. Isso pode poupar o paciente de reações indesejadas e torna o tratamento consideravelmente mais eficiente, atacando problemas específicos do funcionamento neural daquela pessoa.
E de onde são retiradas as células-tronco?
Várias regiões dentro do nosso organismo podem ser utilizadas como pele, tecido adiposo e polpa dentária. Esse avanço científico representa um novo caminho no tratamento do autismo e também nos aproxima do que queremos no futuro: uma medicina personalizada.