Em entrevista exclusiva à Revista Autismo, o neurocientista brasileiro Alysson Muotri, professor da faculdade de medicina da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA), explica em detalhes o porquê de enviar organoides cerebrais (“minicérebros”) de autistas para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês para International Space Station). Assista à entrevista em vídeo no Canal do Youtube da Revista Autismo.
Dr. Alysson Renato Muotri, que é e cofundador das startups Tismoo Biotech e Tismoo.me, explicou sobre cada um dos quatro envios de remessas de organoides cerebrais para a Estação Espacial, o que deu certo e o que deu errado em cada um deles, desde 2019 — inclusive sobre a remessa que está atualmente no espaço. Ele fala ainda do convite da Nasa para que ele seja o primeiro cientista do mundo a ir ao espaço, o que deve acontecer no próximo ano (2024), além de seu esforço para levar experimentos brasileiros para a ISS.
Entrevista em vídeo
Não deixe de assistir, a seguir, à entrevista, que tem 38 minutos de pura neurociência a respeito de autismo, neurodesenvolvimento e síndromes relacionadas ao espectro.
https://tismoo.us/wp-content/uploads/2022/07/Envio-de-minicerebros-para-ISS-jul2022.png600900paiva/wp-content/uploads/2018/03/logo-tismoo.pngpaiva2023-12-11 00:57:142023-12-13 07:38:46Em entrevista, Muotri explica por que enviar 'minicérebros' de autistas ao espaço
Em um feito pioneiro, a equipe de pesquisa da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA), liderada pelo neurocientista brasileiro Dr. Alysson Muotri, cofundador das startups Tismoo.me e da Tismoo Biotech, realizou, em parceria com a Nasa (a agência espacial americana), o quarto envio de organoides cerebrais (“minicérebros”) para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês para International Space Station) — o primeiro envio aconteceu em 2019. O projeto, que decolou na 29ª missão de reabastecimento comercial da SpaceX, tem como objetivo entender a influência da microgravidade, radiação e outros fatores espaciais no processo de envelhecimento cerebral e contribui para sua pesquisa sobre autismo.
Vale destacar também que, recentemente, o Dr. Muotri fez uma proposta ao governo brasileiro para expandir essas aplicações para cientistas brasileiros, mas ainda não obteve resposta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil.
A missão
Utilizando organoides cerebrais, que são versões miniaturizadas e laboratoriais do cérebro humano derivadas de células-tronco, os cientistas buscam esclarecer a resposta do cérebro aos estressores espaciais. Pesquisas anteriores já indicaram um envelhecimento molecular acelerado dos organoides na ISS. A nova experiência promete expandir a compreensão sobre a saúde cognitiva e explorar formas de proteger o cérebro contra o declínio cognitivo e melhorar os modelos de “minicérebros” para os estudos sobre transtorno do espectro do autismo (TEA) e outras condições do neurodesenvolvimento (Leia o artigo “Minicérebros no espaço? Pra quê?“ para entender a relação entre autismo e o espaço).
Dr. Muotri enfatiza a importância da ISS como um ambiente insubstituível para simular a microgravidade por períodos prolongados, o que não é possível na Terra. O estudo, que faz parte de um amplo programa de investigação do Instituto de Células-Tronco Sanford, será conduzido em uma plataforma microfluídica automatizada e terá duração de 30 a 40 dias, exigindo pouco envolvimento dos astronautas. Nesta missão, duas pesquisadoras brasileiras do Muotri Lab participaram dos experimentos que estão sendo enviados à ISS, Luisa Coelho e Livia Luz.
Durante a permanência na ISS, os pesquisadores monitorarão o crescimento dos organoides e a morte celular, além de documentar as mudanças sofridas pelos modelos em resposta ao ambiente espacial. Com o retorno à Terra, serão analisadas as atividades celulares e coletados dados de expressão gênica para entender a resposta dos organoides ao voo espacial.
CRS-29
Os resultados podem trazer benefícios não só para futuros astronautas, mas também para a proteção do cérebro humano contra o declínio cognitivo na Terra, oferecendo novas perspectivas para o tratamento de doenças neurodegenerativas como demência, alzheimer e, logicamente, autismo.
A missão SpaceX CRS-29 zarpou do Centro Espacial Kennedy da Nasa, no Cabo Canaveral, Flórida (EUA), nesta sexta (6.nov.2023), às 00h01 — horário de Brasília. O sucesso desta missão reforça o compromisso contínuo com a pesquisa espacial e seu potencial para gerar descobertas revolucionárias na medicina regenerativa e na investigação aprofundada a respeito do transtorno do espectro do autismo (TEA).
“Ontem decolou do Cabo Canaveral na Florida, nosso maior experimento biológico, feito por duas brasileiras (Livia e Luisa), para a estação espacial. São três payloads, com milhares de organoides cerebrais humanos, que irão crescer pelos próximos 30 dias em microgravidade. Os experimentos foram desenhados para entender os mecanismos de envelhecimento neural, abrindo perspectivas para o envelhecimento saudável e tratamento de milhares de condições neurológicas, incluindo autismo e demências. E de quebra, estaremos ajudando a colonização interplanetária. Pessoalmente, acho que o foguete leva ainda algo mais importante, a esperança de que a humanidade, ao olhar o mundo por uma outra perspectiva, consiga encontrar um caminho de se desenvolver sem autodestruição. Parabéns ao Brasil por treinar cientistas com esse calibre, sem medo de inovar. Que outros experimentos, tão fascinantes quanto esse, venham num futuro proximo.”
Veja, a seguir, o vídeo do lançamento do foguete com a pesquisa do Dr. Alysson Muotri rumo à ISS.
Missão histórica para o autismo é realizada em conjunto com a Nasa e a SpaceX, nos EUA
É a terceira vez que o neurocientista brasileiro Dr. Alysson Muotri faz o envio de organoides cerebrais (“minicérebros”) para a ISS (International Space Station, em português: Estação Espacial Internacional) em parceria com a Nasa e a SpaceX. Desta vez, porém, há um toque a mais de ineditismo: no carregamento, pela primeira vez na história, estavam minicérebros derivados de pessoas com autismo. A pesquisa, pra lá de inovadora, é também um marco histórico.
A ideia é avaliar o que acontecerá com esses minicérebros de autistas na microgravidade, além do aceleramento do envelhecimento que já se sabe. “Os organoides que estão indo têm alterações em genes relacionados à epigenética, ou seja, são genes que trabalham no empacotamento do DNA dentro da célula. E mais ou menos um terço das mutações de autistas são nessa categoria de genes, os epigenéticos, que estão relacionados com a cromatina do DNA. O que esperamos neste experimento é estudar a interação dessas proteínas com o DNA e sabemos que na microgravidade elas se alteram de forma a acentuarem os fenótipos”, explicou Dr. Muotri.
US$ 1,5 milhão
O lançamento aconteceu em Cape Canaveral, da Flórida (EUA), na noite desta quinta-feira, 14.jul.2022, às 21h44 (horário de Brasília). Essa é a missão SpaceX CRS-25 — também conhecida como SpX-25 — do Serviço de Reabastecimento Comercial para a Estação Espacial Internacional, contratada pela NASA e “pilotada” pela SpaceX, utilizando o foguete cargo Falcon 9 Block 5, movido a querosene de foguete e oxigênio líquido. O custo total da missão é de 52 milhões de dólares. Só o projeto dos minicérebros, chega a 1,5 milhão de dólares. As missões anteriores que levaram organoides cerebrais humanos do Muotri Lab para a ISS foram em julho de 2019 e em novembro de 2020. A missão atual está prevista para chegar e se acoplar à estação espacial neste sábado, 16.jul.2022, às 12h20 (horário de Brasília). Quem quiser pode acompanhar pelo canal Nasa TV ou pelo site SpaceLaunchSchedule.com.
https://tismoo.us/wp-content/uploads/2022/07/Envio-de-minicerebros-para-ISS-jul2022.png600900paiva/wp-content/uploads/2018/03/logo-tismoo.pngpaiva2022-07-15 00:08:122022-07-15 15:26:27Muotri envia minicérebros de autistas para a Estação Espacial Internacional pela 1ª vez
Em mais uma missão da Nasa em parceria com a SpaceX, Alysson Muotri envia a segunda etapa de sua pesquisa para a Estação Espacial Internacional
Com lançamento do foguete da SpaceX programado para o próximo dia 5 de dezembro (2020), o neurocientista brasileiro Alysson Muotri envia para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês para International Space Station) a segunda etapa da sua pesquisa com “minicérebros” (organoides cerebrais) em parceria com a Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos.
Doutor Muotri, que é cofundador da Tismoo, espera avançar nas descobertas já feitas na primeira etapa, quando enviou pela primeira vez na história, minicérebros para a ISS em julho de 2019 (veja nosso artigo aqui). “Desta vez temos dois objetivos: o primeiro é validar os dados da missão anterior, confidenciais. O segundo, visa entender o porquê da microgravidade ‘envelhecer’ os neurônios humanos. Estamos trabalhando com algumas condições experimentais para verificar se nossa hipótese se confirma ou não”, contou o neurocientista, que é destaque no site da Nasa.
Caso a hipótese de como acontece esse envelhecimento das células do cérebro no espaço se confirme, Muotri contou que isso mudaria muita coisa em sua pesquisa. “Em caso positivo, significa que conseguiremos envelhecer neurônios no espaço para poder estudar e entender uma série de mecanismos, que até então seriam impossíveis de se estudar. A pesquisa tem impacto tanto pelos interesses da Nasa, como viagens espaciais longas e colonização interplanetária; quanto aplicações em Terra, como modelar um cérebro mais maduro. Atualmente, nosso modelo sempre representa um cérebro embrionário fetal, mas poderemos pensar em modelar um cérebro como nos primeiros anos de vida, de 1 a 5 anos, algo fantástico, pois é justamente quando acontece o diagnóstico de autismo”, narrou o professor da faculdade de medicina da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA), com empolgação contagiante.
Evoluções
Quanto às evoluções dos equipamentos usados para esta segunda missão, houve um enorme trabalho de retaguarda envolvendo bioengenharia e alta tecnologia. O cubo autônomo da Space Tango, onde os minicérebros crescem, foi completamente redesenhado para ficar mais eficiente e acomodar mais organoides. Desta vez, ao invés de centenas, são milhares de minicérebros a caminho da ISS. “Agora, diferentes amostras podem ser coletadas e em diferentes períodos concomitantemente. Melhoramos também o software e teremos imagens muito melhores dos organoides que estarão na estação espacial, com fluorescência, reconstrução tridimensional no espaço… enfim, estou muito animado com tudo isso”, comemorou o biólogo brasileiro Alysson Muotri.
Equipe da Space Tango fazendo as últimas checagens nos “cubos” que abrigarão os organoides cerebrais do Muotri Lab.
A missão CRS-21 deve zarpar no dia 5 de dezembro de 2020, às 11h39 EST (horário da costa leste dos EUA), 13h39 no horário de Brasília, direto do complexo de lançamento 39A do Centro Espacial Kennedy da Nasa, no Cabo Canaveral, Flórida (EUA) — o lançamento pode ser adiado para o dia seguinte, dependendo das condições climáticas do local. Esta será a 21ª vez que a SpaceX leva suprimentos e material de pesquisa para a Estação Espacial Internacional, em parceria com a Nasa.
Vídeo da Nasa
Veja, a seguir, Muotri explicando sua pesquisa no vídeo oficial da Nasa para esta missão espacial:
https://tismoo.us/wp-content/uploads/2020/11/portal_Muotri_minicerebros_2vez_no_espa--o_03.png600900Tismoo/wp-content/uploads/2018/03/logo-tismoo.pngTismoo2020-11-27 22:13:222020-12-14 12:58:17Muotri envia 2ª etapa de sua pesquisa com minicérebros humanos para o espaço
Missão CRS 18 leva diversos experimentos científicos, entre eles, a pesquisa que pode contribuir para o autismo
Nesta quinta-feira (25.jul.2019), a SpaceX lançou, pela 18º vez, um foguete rumo à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês para International Space Station). Nesta oportunidade, porém, há algo muito valioso para a pesquisa científica a respeito de autismo e outros condições neurológicas: um experimento com minicérebros humanos do laboratório do neurocientista brasileiro Alysson Muotri, professor da faculdade de medicina da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD) e cofundador Tismoo. Segundo Patrick O’Neill responsável pela comunicação da ISS, “esta será a primeira vez que uma carga com organoides cerebrais será lançada para a Estação Espacial Internacional”. O lançamento estava previsto para o dia anterior, mas foi adiado por más condições climáticas (saiba mais neste nosso artigo).Cofundador da Tismoo envia minicérebros para o espaço em missão da Nasa e SpaceX
O foguete foi lançado precisamente às 19h01 (horário de Brasília), conforme agendado, e, no vídeo abaixo, é possível assistir desde minutos antes do lançamento e todos os estágios até a cápsula espacial Dragon entrar em órbita. O fantástico sistema criado pela empresa de Elon Musk, a SpaceX, de fazer o foguete Falcon 9 retornar à sua base, no Cabo Canaveral, na Flórida (EUA), é de impressionar. Isso sem falar que o Falcon 9 foi utilizado apenas 2 meses atrás, na 17ª missão para a ISS e, em tão pouco tempo, já pode ser reaproveitado. Com mais este feito, a SpaceX acumula agora 44 recuperações bem sucedidas de um primeiro estágio do foguete reutilizável.
Foguete Falcon 9, na base da Nasa no Cabo Canaveral, Flórida (EUA), a poucos minutos de ser lançado pela SpaceX para a Estação Espacial Internacional (ISS) com minicérebros da pesquisa do neurocientista brasileiro Alysson Muotri, cofundador da Tismoo.
Mais de 250 pesquisas
O vídeo mostra todas as fases da volta do foguete, assim como a continuidade da missão CRS 18 com a Dragon — levando mais de 2,2 toneladas de equipamentos, que serão usados em 250 pesquisas diferentes — rumo à Estação Espacial Internacional. O conexão com a ISS aconteceu na manhã deste sábado (27), às 13h01 (horário de Brasília) — e foi transmitida ao vivo pelo canal da Nasa no Youtube.
A cápsula Dragon já foi usada em outras duas viagens para o espaço, em 2015 e 2017. Essa é a primeira vez na história que uma mesma cápsula viaja três vezes para fora da Terra.
Outra carga a bordo é o slime da Nickelodeon, com os astronautas gravando vídeos de como a “geleca” se move na microgravidade. Fora esta brincadeira, a missão leva outros experimentos científicos importantes, não só os minicérebros do Muotri Lab: há uma pesquisa de tecido orgânico para uso em bioimpressão 3D, experimentos para a fabricação de materiais para pneus, e até mesmo um experimento criado por estudantes brasileiros para testar o filtro de barro brasileiro no espaço, contando com o carvão ativo como uma alternativa ao atual uso de iodo para a filtragem da água na ISS.
https://tismoo.us/wp-content/uploads/2019/07/portal-alysson-ISS.jpg599900Tismoo/wp-content/uploads/2018/03/logo-tismoo.pngTismoo2019-07-26 11:03:582019-07-27 14:45:07Cofundador da Tismoo envia minicérebros para o espaço em missão da Nasa e SpaceX
Entenda qual o objetivo do neurocientista Alysson Muotri enviar organoides de cérebro para fora do planeta
No dia 21 deste mês (julho de 2019), o neurocientista brasileiro Alysson Muotri, cofundador da Tismoo e diretor do programa de células-tronco da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA), vai enviarminicérebros humanos para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) para auxiliar sua pesquisa com autismo entre outras questões. Os organoides serão enviados na próxima missão logística da SpaceX para o espaço, que decola do Cabo Canaveral, na Flórida (EUA), com o nome de BOARDS (Brain Organoid Advanced Research Developed in Space) com a designação UCSD-ORG01 da NASA. Saiba mais sobreminicérebros criados a partir de células-tronco humanasneste link.
Ao contrário do que acontece no laboratório de Alysson, o Muotri Lab, onde há condições ideais para o crescimento dos minicérebros, no espaço eles ficarão armazenados em frascos dentro de cubos autônomos de pouco mais de 10 por 10 centímetros, que possuem incubadoras especializadas alimentadas por bateria.Tubos de controle remoto alimentam os organoides com uma solução de nutrientes. Os astronautas planejam instalar (leia-se: “ligar na tomada” e pronto!) os cubos em um laboratório permanente na Estação Espacial Internacional. “Os cubos são autônomos, mas nós conseguimos interferir por controle remoto. Se algo der errado, temos a possibilidade de corrigir algumas coisas”, explicou o neurocientista.
Projetados por uma empresa com sede no Kentucky (EUA), chamada Space Tango, especializada em criar laboratórios em miniatura, os cubos têm micro câmeras para transmitir vídeos do crescimento dos organoides para a Terra em tempo real, além de uma série de outros sensores como temperatura e humidade.
Um grupo de minicérebros crescerá no Muotri Lab, para, quando os organoides retornarem à Terra, em agosto, os cientistas possam analisar sua expressão gênica e comparar os resultados com os dos organoides que cresceram por aqui. “Na primeira missão, eles ficarão 30 dias, quando voltam na mesma nave e parte dos cubos serão reaproveitados. Em futuras missões, queremos mantê-los no espaço por até um ano”, explicou Alysson.
Objetivos
O projeto tem, em resumo, três grandes objetivos, segundo o próprio Alysson explica (veja vídeo abaixo).
O primeiro é desenvolver uma plataforma autônoma para manter esses organoides de cérebro crescendo sem intervenção humana, o que ajudará muito no trabalhos de testes para descoberta de novos medicamentos para várias condições, como o autismo. A segunda meta é descobrir se os minicérebros resistem à microgravidade. “No espaço, sabemos que ele estarão crescendo de uma forma diferente. Seria isso uma vantagem ou uma desvantagem para o desenvolvimento do cérebro humano?”, questiona o neurocientista.
O último — mais ambicioso — objetivo é entender os impactos da microgravidade numa futura colonização do espaço pelos seres humanos. “Entendendo um possível impacto negativo, podemos trabalhar isso aqui em Terra e preparar o cérebro humano para nascer e viver no espaço”, resume Alysson Muotri. Os detalhes do experimento também podem ser vistos no site da NASA (a agência espacial do governo dos EUA).
Tentar cultivar organoides no espaço é, na verdade, um grande avanço. Os organoides do cérebro podem realmente fornecer informações valiosas sobre as células-tronco que podem aparecer quando você tem um bebê lá”, disse, aoSpectrum News, Ferid Nassor, professor assistente de células-tronco e engenharia genética no Institut Sup’Biotech de Paris (França).
A missão é a primeira de 10 outras que estão planejadas, que, juntas, podem ajudar os cientistas a responder questões fundamentais sobre o desenvolvimento do cérebro — e, em última análise, descobrir se as pessoas podem se reproduzir com segurança fora da Terra.
Algumas pesquisas no espaço, como o famosoestudo da NASA sobre os astronautas gêmeos Scott e Mark Kelly, sugeriram que a microgravidade pode ter efeitos sutis na expressão gênica. Pesquisadores também descobriram que as células-tronco de animais se multiplicam mais rapidamente no espaço do que na Terra e estão investigando se a radiação cósmica altera seu desenvolvimento.
Brasil no espaço
Os minicérebro vão na missão logística da SpaceX que deverá ser lançada às 23h32 UTC (20h32 no fuso-horário de Brasília) do dia 21 de julho de 2019. O lançamento da missão CRS-18 com o veículo de carga Dragon SpX-18, levado pelo fogueteFalcon 9-074 (B1056.2) será a partir do Complexo de Lançamento SLC-40 daEstação da Força Aérea (AFS) do Cabo Canaveral, nos Estados Unidos. Além da carga logística para a tripulação permanente da ISS, a bordo da Dragon SpX-18 estarão dois pequenos satélites: RFTSat e MakerSat-1.
E tem mais coisas de brasileiros que estarão nessa mesma missão: apoiados pela NASA e pela SpaceX,dois projetos de estudantes brasileiros — um de São Paulo e outro de Santa Catarina — para testar interações físicas e químicas na Estação Espacial Internacional. Ambos os projetos, participantes do programa Student Spaceflight Experiments Program (SSEP) do Centro Nacional para Educação Científica para Terra e Espaço, podem contribuir para o futuro da vida humana fora da Terra: um quer melhorar a proteção de seres humanos da radiação em construções no espaço e outro tem como objetivo construir um sistema mais apurado para filtração de água para consumo humano em espaçonaves.
https://tismoo.us/wp-content/uploads/2019/07/SpaceX.jpg570844Tismoo/wp-content/uploads/2018/03/logo-tismoo.pngTismoo2019-07-11 16:03:292019-07-12 17:59:27Minicérebros no espaço? Pra quê?