1º cientista brasileiro escalado para ir ao espaço ficará na Estação Espacial Internacional em 2024
Em novembro de 2024, o neurocientista brasileiro Alysson Muotri deve viajar em missão espacial rumo à ISS (sigla em inglês para Estação Espacial Internacional) para conduzir pesquisa de como proteger o cérebro de astronautas dos efeitos da microgravidade, além de estudos relacionados a autismo e neurodesenvolvimento, utilizando “minicérebros” (organoides cerebrais). Muotri, que é cofundador da Tismoo Biotech e da Tismoo.me, além de professor da faculdade de medicina da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA), será o primeiro cientista brasileiro a ir para o espaço.
Notícia no G1
A notícia saiu hoje no G1, que publicou: “Muotri é um dos mais respeitados cientistas do mundo em transtornos do desenvolvimento neurológico, principalmente o autismo.
Alysson Renato Muotri será considerado o 1º cientista no espaço, já que Marcos Pontes, o primeiro brasileiro na ISS (em 2006), é engenheiro de formação e militar. A previsão da viagem do pesquisador foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se reuniu com Muotri, na terça-feira (27.jun.2023) — e Lula postou isso em suas redes sociais. Em entrevista ao g1, o pesquisador contou que deve viajar ao espaço em novembro de 2024, em uma missão bastante especial e ambiciosa, cujos resultados podem ajudar, inclusive, na colonização de outros planetas”. Veja a reportagem completa neste link: 1º cientista brasileiro escalado para ir ao espaço conduzirá estudo que pode mudar a colonização interplanetária (G1).
Uma bancada na ISS
“Antes eu estava limitado a uma plataforma robótica. Ter um cientista fazendo experimentos em microgravidade é um privilégio. Inicialmente o foco é o cérebro humano, mas próximas missões devem abranger outras áreas da medicina e engenharia”, explicou o cientista à reportagem.
Dr. Muotri já envia periodicamente minicérebros à ISS em parceria com a Nasa (a agência espacial dos Estados Unidos). Com essas pesquisas, ele constatou que as células cerebrais envelhecem mais rapidamente nesse ambiente: cerca de 10 anos em um mês.
Veja as reportagens anteriores e entenda as pesquisas do neurocientista no espaço:
Reconhecimento mundial
Cientista brasileiro, Dr. Alysson Muotri, é reconhecido internacionalmente por suas contribuições significativas no campo da ciência e saúde. Com um extenso currículo, ele acumula centenas de publicações científicas em renomadas revistas especializadas e recebeu vários prêmios em reconhecimento às suas descobertas inovadoras.
No ano passado, Muotri foi co-autor de um estudo pioneiro que obteve sucesso ao testar modelos de terapia genética para reverter os efeitos da Síndrome de Pitt-Hopkins. Essa síndrome, uma disfunção neuropsiquiátrica com características semelhantes ao transtorno do espectro autista (TEA), tem sido objeto de intensa pesquisa. Utilizando organoides cerebrais, também conhecidos como minicérebros, a equipe de pesquisa alcançou resultados promissores, abrindo novas possibilidades terapêuticas.
Além disso, Muotri desempenhou um papel fundamental em uma investigação sobre o surto de defeitos congênitos causados pelo vírus da Zika no nordeste do Brasil em 2015. Através do uso de modelos simplificados do cérebro humano, os organoides cerebrais, os cientistas obtiveram informações cruciais sobre os mecanismos subjacentes que levaram a esses problemas de saúde, proporcionando uma compreensão mais profunda da doença e apontando direções para a prevenção e tratamento.
Com seu próximo desafio no horizonte, Muotri está se preparando para uma viagem marcante à Estação Espacial Internacional (ISS) no próximo ano. Nessa missão, ele busca conduzir experimentos de maior complexidade, visando contribuir para a colonização espacial. Seu foco está em descobrir formas de proteger o cérebro dos astronautas dos efeitos prejudiciais da microgravidade, uma questão crucial para a exploração espacial de longa duração. Essa pesquisa inovadora pode ter implicações não apenas para os astronautas, mas também para o entendimento dos efeitos da microgravidade em geral, abrindo caminho para avanços na saúde humana e na exploração espacial segura.
Sigilo
Muotri disse que ainda não pode dar detalhes da sua preparação para a viagem e de como será o projeto especificamente. Apesar disso, o pesquisador afirma que estão previstas outras idas de sua equipe para a ISS, embora ele mesmo deva ir na primeira missão.
O pesquisador também pretende abrir seleção para levar pesquisas de outros colegas do país para a Estação Espacial Internacional (ISS). O objetivo dele é integrar a ciência do Brasil a essa viagem planejada para 2024.
Nesta semana, o Dr. Muotri teve uma audiência com o presidente Lula e a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, para a apresentação do projeto. Em nota, o Ministério da Ciência e Tecnologia informou que não financiará o projeto, e indicou que os investimentos devem ser todos custeados pela Universidade da Califórnia.
Em resumo, se tudo correr como previsto, em novembro de 2024, Dr. Muotri fará história sendo primeiro cientista do Brasil e o terceiro brasileiro a ir ao espaço — além de Marcos Pontes (em 2006); o engenheiro Victor Hespanha fez um voo suborbital de cerca de 10 minutos, em junho de 2022, e se tornou o segundo brasileiro a ir ao espaço (mas não à ISS).
CONTEÚDO EXTRA