Basta o verão acabar para se iniciarem as rotinas nos postos de saúde: nariz escorrendo, febre, dores de garganta e no corpo. A gripe é velha conhecida da mudança de estação, mas nos últimos anos uma “versão” tem causado alerta. O vírus H1N1, também conhecido como “Influenza A” é responsável por 75% dos casos de doenças respiratórias registrados esse ano.
A epidemia requer atenção, mas não é motivo para pânico.
Por ser um vírus novo, o nosso organismo ainda não está completamente preparado para combatê-lo, o que pode resultar em alguns casos mais graves. No geral, as pessoas se recuperam bem da doença — crianças e portadores de doenças que afetam o sistema imunológico são mais vulneráveis. Basta se proteger e conhecer as formas de transmissão e sintomas, buscando tratamento o mais rápido possível em caso de contágio.
A transmissão ocorre principalmente pelas mãos, quando tocamos algo contaminado e levamos a mão à boca, nariz ou olhos. O vírus também pode ser transmitido por espirros, tosse ou qualquer forma contato com a saliva de quem está doente. Dentre os sintomas, febre acima de 38ºC, tosse, dor de garganta e pelo corpo, calafrios, falta de apetite, vômito e diarreia. Ou seja, bem parecido com a gripe comum. A única diferença é que o vírus H1N1 deixa você mais abatido.
A vacina gratuita está disponível nos postos de saúde para pessoas dos grupos de risco: crianças de 6 meses a 5 anos; gestantes; idosos; profissionais de saúde; povos indígenas e pacientes com doenças do sistema imunológico. Ela tem validade de um ano, ou seja, quem tomou ano passado precisa tomar novamente. Isso acontece porque os vírus se adaptam e ficam mais resistentes A vacina, na rede privada, custa entre R$ 70 e 110.
Mas e o autismo? Para entender melhor como o H1N1 pode afetar pessoas com síndromes dentro do espectro autista, conversamos com o Dr. Carlos Gadia, especialista no assunto.
Crianças autistas estão mais suscetíveis ao H1N1?
Não existe qualquer evidência que sugira que crianças autistas são mais suscetíveis ao H1N1.
A vacina é segura para autistas?
A vacina para o H1N1, assim como todas as vacinas, é segura para autistas. Existem inúmeros estudos no mundo todo que mostram claramente que não existe qualquer relação entre imunização e autismo. Ao contrário, existe uma desinformação muito grande a esse respeito, o que tem levado famílias de crianças autistas a não imunizarem seus filhos e, por consequência, ao reaparecimento de miniepidemias de doenças que já não eram vistas nos países desenvolvidos do mundo há muito tempo (como sarampo, por exemplo).
Você recomenda aos pais algum tipo de cuidado especial para enfrentar esse surto?
Os mesmos cuidados que estão sendo recomendados para crianças típicas da mesma idade. Lavar as mãos com água e sabão ao chegar da rua e evitar colocar as mãos nos olhos, boca e nariz. Além disso, manter a alimentação e a rotina de sono saudáveis contribuem para o sistema imunológico estar bem preparado.
Caso meu filho contraia a gripe, o medicamento do tratamento do autismo deve ser descontinuado?
Nenhuma medicação deve ser descontinuada. Procure um médico para diagnosticar a gripe. No caso do H1N1, deve ser ministrado o antiviral Tamiflu. O remédio, distribuído de graça pelo governo, também é encontrado em farmácias. A posologia deve seguir a receita médica.