O autismo, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma condição que afeta a comunicação e o comportamento, apresentando um espectro amplo de manifestações que variam de pessoa para pessoa. Uma das questões que têm chamado a atenção dos pesquisadores é a diferença na taxa de diagnóstico entre meninos e meninas. Para cada 1 menina com TEA, há 4 meninos diagnosticados.
Estudos recentes sugerem que essa discrepância pode ser resultado de diferenças na maneira como o autismo se manifesta entre os gêneros. Meninas com autismo, por exemplo, podem usar estratégias específicas para camuflar ou mascarar suas dificuldades em situações sociais. Isso pode levar a um diagnóstico tardio ou até mesmo à falta de reconhecimento da condição em meninas.
Além disso, pesquisas indicam que pode haver uma base genética para essas diferenças. Um estudo apontou que alterações em um único aminoácido no gene NLGN4, associadas a sintomas de autismo, podem causar diferenças na manifestação do TEA entre meninos e meninas. Enquanto nas mulheres, uma mutação em um dos genes NLGN4X pode ser compensada pelo outro gene NLGN4X, nos homens, essa compensação não ocorre devido à ineficiência do gene NLGN4-Y.
Essas descobertas são fundamentais para entender melhor o autismo e ressaltam a importância de abordagens diagnósticas que considerem as particularidades de gênero. Profissionais de saúde devem ser encorajados a buscar uma compreensão mais profunda das apresentações femininas do autismo para garantir diagnósticos precoces e acesso a suportes de saúde mental eficazes.
O reconhecimento das diferenças na manifestação do autismo entre meninos e meninas é um passo crucial para promover uma maior inclusão e compreensão dessa condição. A conscientização sobre essas diferenças pode ajudar a garantir que todas as pessoas com autismo recebam o apoio necessário para prosperar e alcançar seu pleno potencial.Comprar exame