Todo autista é um gênio? O mapeamento genético pode ajudar no diagnóstico? Confira a resposta para essas e outras perguntas neste artigo.
Desde os primeiros casos percebidos pela medicina na década de 1940, o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é cercado de mitos que se confundem com os fatos. Não é pra menos — o TEA ainda tem um longo caminho de pesquisas pela frente. Mas, ainda que falte descobrir muita coisa, tantas outras evidências já surgiram, com força suficiente para derrubar o que antes era divulgado como verdade.
No artigo de hoje selecionamos algumas das frases mais recorrentes, ouvidas por famílias e profissionais de saúde quando mencionam o tema autismo. Trouxemos também pontos que geram dúvidas. Confira:
O autismo tem cura?
Essa talvez seja a maior dúvida e a maior esperança de quem tem contato ou convive com o TEA. Infelizmente a resposta é não. O autismo ainda não tem cura. Alguns estudos sugerem que o autismo pode ser reversível, mas nem a ciência sabe explicar por que isso acontece com algumas pessoas no espectro. O caminho até a cura pode ser muito longo, como é para muitas outras condições de saúde, mas tem se tornado cada vez mais seguro e certeiro, graças à ciência e sua busca por soluções para tratar e amenizar os sintomas e as dificuldades de desenvolvimento.
Todo autista é superdotado?
Esse é um mito que ainda resiste não apenas pela falta de informação das pessoas em geral sobre o TEA, mas principalmente pelo excesso de visibilidade que a condição ganha quando alguma pessoa autista faz algo genial ou muito fora da curva normal de desenvolvimento humano. Não por acaso é comum ler e ouvir que Einstein, Mozart e outros gênios da história mundial eram autistas.
Quando o assunto é genialidade (inteligência acima da média), a verdade é que existem sim pessoas autistas com habilidades acima da média, mas isso não é regra.
Pessoas autistas são frias e não gostam de contato físico?
Esse é um grande mito e quem tem uma pessoa autista na família sabe. Existe uma alteração atencional no TEA que gera essa sensação que as pessoas têm de pouca sensibilidade, confundindo as duas coisas.
Quanto ao contato físico a grande maioria dos autistas podem ter mais dificuldade de estabelecer esse vínculo — mas isso não significa que eles não gostem. O que acontece é uma junção de fatores: pessoas com autismo enfrentam, além da falta de habilidade social, uma dificuldade de processamento sensorial que interfere na maneira como elas interagem com as pessoas. Reações que envolvem o toque, por exemplo, podem ser mais complicadas para eles.
Autistas têm um mundo próprio, por isso não interagem com as pessoas?
O autista pode não dizer muito ou mesmo não prestar atenção, mas acredite: ele muitas vezes sabe o que está acontecendo à sua volta. O autismo interfere nas habilidades de comunicação e socialização do indivíduo, o que pode levá-lo a apresentar dificuldades de verbalizar e expressar suas impressões, porém está ali, muitas vezes na mesma realidade que você, ouvindo e vendo o que você lhe diz. O mundo dele é diferente do seu, portanto a maneira de interpretá-lo e vivenciá-lo também é diferente.
O mapeamento genético pode ajudar no diagnóstico?
Antes de responder essa pergunta é preciso falar da causa e reforçar que as vacinas não têm nada a ver com isso. Estudos recentes afirmam que o TEA é um transtorno multifatorial. Fatores genéticos e ambientais atuam em diferentes combinações, sendo o risco genético estimado entre 70% a 90%. Já os riscos ambientais são baixos em termos relativos.
A dúvida sobre o mapeamento genético é muito comum, uma vez que ele ainda é uma novidade na medicina. Mas ele pode ajudar e muito, tanto ampliando a visão do diagnóstico, como gerando maior conhecimento, aconselhamento genético, estratificação de pacientes e oportunidades de abordagens novas e específicas no tratamento do TEA.
Como a ciência tem certeza da influência da genética no autismo, existem centenas de genes já mapeados e implicados como fatores de risco para o transtorno. Cruzando o sequenciamento genético de uma pessoa com as informações já existentes nas bases de dados genéticos do autismo, é possível saber, além da caracterização precisa do autismo, outras condições que mudam a expressão ou manifestação do TEA. Conhecendo a arquitetura genômica daquela pessoa fica mais fácil direcionar o tratamento e torná-lo mais efetivo.
No Brasil e em qualquer lugar do mundo, você pode fazer exames genéticos na Tismoo. Quer saber mais? Entre em contato pelo e-mail info@tismoo.com.br.
Tem algum outro mito sobre o autismo que você gostaria de ver esclarecido? Conte pra gente nos comentários!