Número é 32% maior que a estatística oficial divulgada em 2021
Um recente estudo publicado na JAMA Pediatrics no dia 5.julho.2022, realizado com 12.554 pessoas dados de 2019 e 2020, revelou um número de prevalência de autismo nos Estados Unidos de 1 autista a cada 30 crianças e adolescentes entre 3 e 17 anos. A prevalência mais atual divulgada em dezembro de 2021 pelo CDC (sigla em inglês do Centro de Controle e Prevenção de Doenças) órgão do governo dos EUA, considerada uma das mais relevantes do mundo, é de 1 em 44, com dados referentes a 2018. O próximo número oficial do CDC deve ser divulgado em 2023 (com dados relativos a 2020).
Para o geneticista molecular da TISMOO, Diogo Lovato, “dados estatísticos são muito importantes para guiar todas as decisões de um país, seja no setor público ou no privado. Também não apenas em saúde e educação, mas em tudo. Entendendo cada vez mais o número relevante de pessoas com necessidades especiais já diagnosticadas com TEA, é essencial posturas significativas dos governos, empresas, sociedade civil etc., para respeitar, entender e acomodar essas pessoas na sociedade. Os números mostram cada vez mais que a diversidade existe e não é rara, muito pelo contrário, é parte essencial e importante da humanidade”, explicou Lovato, que é doutor em biologia molecular e especialista em modelos genéticos do TEA.
Liderados por Wenhan Yang, os pesquisadores deste estudo de prevalência usaram dados da National Health Interview Survey (pesquisa realizada anualmente pelo CDC) para mostrar que o número de diagnósticos de transtorno do espectro do autismo (TEA) em crianças e adolescentes estadunidenses está aumentando desde o início das pesquisas. A diferença é que o CDC avalia crianças de 8 anos e, neste estudo recente da equipe de Yang, foram considerados indivíduos de 3 a 17 anos. A prevalência em 2019 foi de 1 em 35; em 2020, 1 em 28. Considerando-se os dois anos, o número final foi de 410 autistas em 12.554 indivíduos, ou seja, 1 em 30.
Meninos x meninas: 3,5 para 1
Os meninos nos EUA continuam sendo a maioria dos diagnósticos. Porém, o número era de 4 para 1 (4 meninos para cada menina, verificado nos estudos anteriores), e este estudo demonstra uma tendência de queda para uma relação entre gêneros de 3,55 para 1 — dos 410 diagnósticos avaliados no estudo, foram 320 homens para 90 mulheres. É importante relembrar a diferença entre a faixa etária dos dois estudos — o do CDC é de 8 anos; este é de 3 a 17 anos de idade.
Embora o novo estudo não tenha discutido as razões para o aumento do TEA entre as crianças americanas, os especialistas já disseram que a intensificação no número de diagnósticos pode ser atribuída a um aumento na conscientização sobre o TEA por pais e médicos. No entanto, o CDC admite que o diagnóstico de TEA é “difícil”, pois “não há exame médico, como um exame de sangue, para diagnosticar o distúrbio. Os médicos analisam o histórico de desenvolvimento e o comportamento da criança para fazer um diagnóstico”.
Números da pesquisa
O estudo completo publicado na JAMA Pediatrics pode ser acessado neste link. Veja, a seguir, a tabela com os dados do estudo científico.
Tabela com dados do estudo. (clique na imagem para ampliar)
CONTEÚDO EXTRA